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Nosso Carisma

 

“Jesus todo, todo de Jesus. Esta é a frase que abrange e resume todo o carisma dos/as Pobres de Jesus Cristo. Há em nós uma profunda vontade e até uma ousada pretensão de querer Jesus por inteiro e de ser d‟Ele também por inteiro” (NF1). Se todo carisma tem como finalidade a Pessoa de Jesus, onde então é que, partindo desse enunciado, podemos encontrar aquilo que é próprio do nosso? A resposta, para essa pergunta, pode ser encontrada nas duas fortes expressões que nele aparece: profunda vontade e ousada pretensão. Ao olhar para as páginas dos Santos Evangelhos, vamos perceber que havia uma profunda vontade no coração de cada um daqueles que decidiram seguir o exigente Mestre de Nazaré. Se Ele se deu por completo a nós (cf. Fl 2,6-8), não espera outra coisa de nós que não seja a doação total de nossas vidas: “Quem não renuncia a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo” (Lc 14,33).

 

Uma profunda vontade só pode ser alimentada se não tivermos um plano “B”. Se não deixarmos que o nosso coração se divida diante de outras possibilidades que a vida possa nos oferecer. Se permanecermos como Maria, irmã de Marta, que se conservando junto a Jesus escolheu a melhor parte (cf. Lc 10, 41-42). Se buscarmos em primeiro lugar o Reino de Deus (cf. Mt 6,33), as coisas do Alto (Cl 3,1).

 

Ao nos depararmos com as entranháveis exigências do Senhor, poderíamos ser invadidos por uma sensação de impotência, sobretudo se reconhecemos o quão pequenos somos. Também Jeremias se sentiu assim, quando o Senhor lhe chamou: “Foi-me dirigida nestes termos a Palavra do Senhor: Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia. Antes de teu nascimento, eu já te havia consagrado e te havia designado profeta das nações. E eu respondi: Ah! Senhor Deus, eu nem sei falar, pois que sou apenas uma criança. Replicou, porém, o Senhor: Não digas: Sou apenas uma criança... Eis que coloco minhas palavras nos teus lábios. Vê. Dou-te hoje poder sobre as nações e sobre os reinos para arrancares e demolires, para arruinares e destruíres, para edificares e plantares” (Jr 1,4-10).

 

Jeremias, mesmo diante de sua pequenez, acolheu, com ousada pretensão, o exigente e zeloso convite que o Senhor lhe fizera, assim como haviam acolhido tantos homens e mulheres, antes e depois dele: O velho Noé e o velho Abraão, o tartamudo Moisés, Jéfte o “filho bastardo”, Gedeão, Samuel, Davi e Daniel que eram ainda bem jovens, Rute e Raab que eram estrangeiras, Amós que era um homem da roça... Maria que era uma anônima jovem de uma insignificante cidade da Judéia, Pedro, Tiago, André e João que eram pescadores, Mateus que era um trapaceiro, Madalena e Margarida de Cortona que eram meretrizes, Onésimo que era um escravo fugitivo... Agostinho e Francisco que eram libertinos...

 

Esses são somente alguns exemplos de homens e mulheres que, mesmo diante de suas limitações, foram tomados por uma ousada pretensão de serem todos de Deus. A seiva que alimenta essa ousada aspiração encontra sua origem no amor incondicional com que Ele nos amou e, dessa forma, podemos, também nós, amá-Lo: “Nós amamos porque Ele nos amou” (1Jo 4,19). “Só o amor pode nos fazer ser todo d’Ele” (NF 6). “Sem o amor seríamos tomados pelo medo de não correspondermos a tão sublime e exigente seguimento, porém, no amor não existe medo, antes, o perfeito amor lança fora o medo” (1 Jo 4, 18) (NF 7).

 

Nossa Espiritualidade

 

Não se vivencia um carisma de forma departamentalizada. Tudo acontece de modo integral e uníssono. Se o destacamos aqui, em diferentes aspectos, é somente para facilitar a sua compreensão e a sua riqueza.

 

Jesus – sua vida, seus exemplos, suas palavras – sempre será para nós o eixo central em torno do qual construímos nossas vidas, fazemos nossas escolhas e nos aperfeiçoamos como discípulos escolhidos.

 

Jesusítica: Somos profundamente apaixonados por Jesus. Imitá-Lo é a nossa “obsessão”: “Queremos o Verbo-Humanado pobre em Belém, anônimo em Nazaré, peregrino nas estradas, abandonado no Gólgota, ressuscitado pelo Pai e glorificado junto a Ele; Queremos Jesus que anuncia que o Reino já chegou e que está no meio de nós, mas que também se retira no silêncio para orar e interceder pelos homens junto ao Pai; Jesus que tem vida em abundância para dar, mas que também oferece o estreito caminho da Cruz” (NF 2). Somos atraídos por esse Deus que entra na condição humana, que entra nas condições mais humildes e difíceis da vida. Entra na mortalidade da carne. Entra na vulnerabilidade da humanidade. Escolhe a via da pequenez como caminho de salvação.

 

Apostólica: Esse “amor obsessivo” por Jesus nos faz ir ao encontro do outro na situação em que este se encontra. O arquétipo de seguimento de Jesus para os/as Pobres de Jesus Cristo é a experiência que os Apóstolos viveram do momento em que foram chamados pelo Mestre até o momento do martírio. Seguimento esse radical, íntimo e irreversível vivido no mundo, mas sem a ele pertencer. “A comunidade discipular onde todos viviam unidos e tinham tudo em comum (cf. At 2,42-47) é para nós o máximo exemplo a seguir” (NF, Vida Fraterna, 2).

 

Samaritana: Queremos ser na Igreja os/as samaritanos/as daqueles que vivem à margem do caminho, desfigurados pela exclusão, pela miséria, pelo preconceito, pelos vícios, etc. A missão evangelizadora não pode estar separada da solidariedade com os pobres e sua promoção integral. Anunciar Jesus Cristo integralmente e denunciar as injustiças praticadas contra os pobres e os modelos antropológicos incompatíveis com a natureza e dignidade do homem, exige um espírito profético.

 

Queremos que os pobres experimentem, através de um fraterno relacionamento conosco, o quanto são amados, acolhidos e compreendidos em suas dores e lutas (NF, sobre a Missão, 18) “Só a proximidade nos permite apreciar profundamente os valores dos pobres de hoje, seus legítimos desejos e seu modo próprio de viver a fé. A opção pelos pobres deve nos conduzir à amizade com os pobres” (Documento de Aparecida, 394). “Para os pobres queremos ser bons samaritanos, que amam a toda hora e em qualquer lugar. Que fazem o bem sem esperar nada em troca” (NF 51).

 

Franciscana: No Poverello de Assis, assim como na Pequena Florzinha do seu jardim, encontramos o exemplo de que nos é possível viver o Evangelho sine glossa, nossa mais absoluta Regra de Vida. “Guardemos, pois as palavras, a vida, a doutrina e o Santo Evangelho D’Aquele que se dignou pedir a seu Pai por nós...” (2Rg 38). Toda a vida de Francisco foi expressão do Evangelho, sobretudo de Mateus 10,1-42 que é a sua porta de entrada, a sua carta magna, sua súmula.

 

Outros aspectos relevantes

 

Por fidelidade as nossas origens, destacaríamos, ainda, três aspectos relevantes que sempre fizeram parte da nossa identidade, a saber: O Pneumático, o Milicial e o Devocional.

 

O Pneumático (carismático): Como sabemos, nossa Fraternidade foi fruto de uma forte experiência, que o nosso Fundador e os primeiros tiveram, com o Espírito Santo. Dessa experiência, pessoal e transformadora, brotou a certeza de que ela é vital para todo aquele que deseja viver a vida nova em Cristo. Essa dimensão carismática (sem querer aqui reduzi-la) é vivenciada, sobretudo na abertura aos dons carismáticos (ordinários e extraordinários), em momentos de oração, ministração e encontros querigmáticos.

 

O Milicial: “Seguindo a doutrina apresentada por São Paulo acerca do combate espiritual (cf. Ef 6,10-20), assumimos como uma dimensão do nosso carisma, a espiritualidade milicial” (NF, Vida litúrgica e espiritual, 38). O combate espiritual acontece naqueles três campos de batalha dos quais falou Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque: “Serás perseguida pelo demônio, pelo mundo, e por ti mesma”. As armas que temos para vencer são aquelas recomendadas por Jesus: a vigilância e a oração (Mc 14,38), assim como o jejum (Mt 17,20). Nesse combate contamos com o poderoso auxílio do Príncipe dos Exércitos Angelicais, São Miguel Arcanjo, a quem anualmente honramos com uma Quaresma.

 

O Devocional: Através do qual se evidencia o zelo que temos pelas “coisas do Senhor”. Esse zelo nos faz celebrar com grande dignidade as Solenidades e Festas anuais do Tempo Litúrgico; nos faz honrar a memória dos Santos e dos Mártires; nos inflama de amor pela Santa Missa e pela Adoração ao Santíssimo Sacramento; nos faz esmerar nos cuidados para com tudo aquilo que fala do Senhor e que O toca.

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